quarta-feira, 2 de abril de 2008

A Reencarnação

Solicitaram-me umas matérias falando sobre a “Reencarnação” principalmente suas citações na Bíblia.

Salvo melhor juízo, a meu ver, falar sobre Reencarnação para quem não crê principalmente em Deus e seus atributos, em Espíritos ou na Bíblia é perder tempo, pois é falar com quem não crê porque não quer, é falar com quem não tem olhos de ver nem ouvidos de ouvir. Assim, com a aprovação do solicitante, resolvi, inicialmente expor os principais ensinamentos dos espíritos, baseados exclusivamente nos ensinamentos Kardecistas para, paulatinamente chegarmos ao solicitado, ou seja: “A REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA”.
De início devo declarar minha incapacidade para trabalho de tamanha lavra, baseando-me exclusivamente nos ensinamentos de Allan Kardec, nos livros da codificação e nas citações de eméritos espíritas, profundos conhecedores da Doutrina Espírita e de seus princípios.
De mim, aqui está registrada apenas minha profunda e raciocinada fé em Deus, em Jesus e em seus veneráveis mensageiros, os Espíritos Superiores quer os chamem anjos, querubins ou guias, o nome é o que menos interessa.

RESUMO DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS

Em o livro ‘O ESPIRITISMO EM SUA EXPRESSÃO MAIS SIMPLES’ DE Allan Kardec, edições da FEESP, transcrevem:

  1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
    Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo poderoso, soberanamente justo e bom. Deve ser infinito em todas as suas perfeições, pois se supuséssemos um único de seus atributos imperfeito, ele não seria mais Deus.
  2. Deus criou a matéria que constitui os mundos; também criou seres inteligentes que chamamos Espíritos, encarregados de administrar os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, e que são perfectíveis por sua natureza. Aperfeiçoando-se, eles se aproximam da Divindade.
  3. O espírito propriamente dito é o princípio inteligente; sua natureza íntima nos é desconhecida; para nós ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.
  4. Os Espíritos são seres individuais; tem um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, semelhante à forma humana. Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do raio, e constituem o mundo invisível.
  5. A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos; só sabemos que são criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo, pois Deus, em sua infinita justiça, não podia isentar uns do trabalho que teria imposto aos outros para chegar à perfeição. No princípio, ficam em uma espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência.
  6. Desenvolvendo-se o livre arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo em que a idéia, Deus lhes diz: “Vocês podem aspirar à felicidade suprema, assim que tiverem adquirido os conhecimentos que lhes faltam e cumprido a tarefa que lhes imponho. Então trabalhem para seu engrandecimento; este é o objetivo; irão atingi-lo seguindo as leis que gravei em sua consciência”.
    Em conseqüência de seu livre arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outro o mais longo, que é o do mal.
  7. Deus não criou o mal; estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz; mas os Espíritos, tendo o seu livre arbítrio, nem sempre as observaram, e o mal veio dessa desobediência. Pode-se então dizer que o bem é tudo o que é conforme a lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.
  8. Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material. Pelo trabalho de eu sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
  9. A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas.
  10. Os Espíritos encarnados constituem a humanidade, que não está circunscrita a Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados pelo espaço.
  11. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para auxiliá-lo no cumprimento de sua tarefa, Deus lhe deu, como auxiliares, os animais, que lhe são submissos e cuja inteligência e caráter são proporcionais às suas necessidades.
  12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho; não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, ele ai chega para uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso.
  13. Em cada existência corpórea o Espírito deve cumprir uma missão proporcional a seu desenvolvimento; quanto mais ela for rude e laboriosa, maior seu mérito em cumpri-la. Cada existência é, assim, uma prova que o aproxima do alvo. O número de suas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito de abreviá-las, trabalhando ativamente em seu aperfeiçoamento moral; assim como depende da vontade do operário que tem de realizar um trabalho abreviar o número de dias para sua execução.
  14. Quando uma existência foi mal empregada, não aproveitou o Espírito, que deve recomeça-la em condições mais ou menos penosas, em razão de sua negligência e de sua má vontade; assim é que, na vida, podemos ser obrigados a fazer no dia seguinte o que não fizemos no anterior, ou a refazer o que fizemos mal.
  15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: é apenas um instante na eternidade.
  16. No intervalo de suas existências corpóreas, o Espírito é errante. Não por duração determinada; nesse estado o espírito é feliz ou infeliz de acordo com o bom ou mau emprego de sua última existência; ele estuda as causas que apressaram ou retardaram seu desenvolvimento; toma resoluções que tentará por em prática na próxima encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que considera mais adequadas ao seu progresso; mas algumas vezes ele se engana, ou sucumbe, não mantendo como homem às resoluções que tomou como Espírito.
  17. O Espírito culpado é punido pelos sofrimentos morais no mundo dos Espíritos, e pelas penas físicas na vida corpórea. Suas aflições são conseqüências de suas faltas, quer dizer, de sua infração à lei de Deus; de modo que constituem simultaneamente uma expiação do passado e uma prova para o futuro – é assim que o orgulhoso pode ter uma existência de humilhação, o tirano uma vida de servidão, o rico mau uma encarnação de miséria.
  18. Há mundos apropriados aos diferentes graus e avanço dos Espíritos, onde a existência corpórea acha-se em condições muito diferentes. Quanto menos o Espírito é adiantado, mais os corpos de que se reveste são pesados e materiais; à medida que se purifica, passa para mundos superiores morais e fisicamente. A Terra não é o primeiro nem o último, mas um dos mais atrasados.
  19. O Espírito culpado é encarnado em mundos menos adiantado, onde expiam suas faltas pelas tribulações da vida material. Esses mundos são para eles verdadeiros purgatórios, dos quais depende deles sair, trabalhando em seu progresso moral. A Terra é um desses mundos.
  20. Deus, sendo soberanamente bom justo e bom, não condena suas criaturas a castigos perpétuos pelas faltas temporárias; oferece-lhes em qualquer ocasião meios de progredir e reparar o mal que eles praticaram. Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o retorno ao bem, de modo que a duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal; consequentemente o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente no mau caminho, mas, assim que um sinal de arrependimento entre no coração do culpado, Deus estende sobre ele sua misericórdia. A eternidade das penas deve assim ser entendida no sentido relativo, e não no sentido absoluto.
  21. Os Espíritos, encarnando-se, trazem com eles o que adquiriram em suas existências precedentes; é a razão por que os homens mostram instintivamente aptidões especiais, inclinações boas ou más que lhes parecem inatas.
    As más inclinações naturais são os vestígios das imperfeições do Espírito, dos quais ele não se despojou inteiramente; são também os indícios das faltas que ele cometeu, e o verdadeiro pecado original. A cada existência ele deve lavar-se de algumas impurezas.
  22. O esquecimento das existências anteriores é uma graça de Deus que, em sua bondade, quis poupar ao homem lembranças freqüentemente penosas. Em cada existência, o homem é o que ele fez de si mesmo; é para ele um novo ponto de partida – ele conhece seus defeitos atuais, sabe que esses defeitos são a conseqüência dos que tinha, tira conclusões do mal que pode ter cometido, e isto lhe basta para trabalhar, corrigindo-se. Tinham-se outrora defeitos que não tem mais, não tem mais que se preocupar com eles; bastam-lhe as imperfeições presentes.
  23. Se a alma ainda não existiu, é que foi criada ao mesmo tempo em que o corpo; nessa suposição, ela não pode ter nenhuma relação com as que a precederam. Pergunta-se, então, como Deus, que é soberanamente justo e bom, pode tê-la feito responsável pelo erro do pai do gênero humano, maculando-a com um pecado original que ela não cometeu. Dizendo, ao contrário, que ela traz ao renascer o germe das imperfeições de suas existências anteriores, que ela sofre na existência atual as conseqüências de suas faltas passadas, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e admitir, porque a alma só é responsável por suas próprias obras.
  24. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova de que a alma já viveu; se tivesse sido criada ao mesmo tempo em que o corpo atual, não estaria de acordo com a bondade de Deus ter feito umas mais avançadas que as outras. Por que selvagens e homens civilizados, bons e maus, tolos e brilhantes? Dizendo-se que uns viveram mais que os outros e mais adquiriram tudo se explica.
  25. Se a existência atual fosse única e devesse decidir sozinha sobre o futuro da alma para a eternidade, qual seria o destino das crianças que morrem em tenra idade? Não tendo feito nem bem nem mal, elas não merecem nem recompensas nem punições. Segundo a palavra do Cristo, sendo cada um recompensado segundo suas obras, elas não têm direito à felicidade dos anjos, nem merecem dela ser privadas. Diga-se que poderão, em uma outra existência, realizar o que não puderam naquela que foi abreviada, e não há mais exceções.
  26. Pelo mesmo motivo qual seria a sorte dos cretinos, idiotas? Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm nenhuma responsabilidade por seus atos. Deus seria justo e bom tendo criado almas estúpidas para destiná-las a uma existência miserável e sem compensações? Admita-se, pelo contrário, que a alma do idiota e do cretino é um Espírito em punição dentro de um corpo impróprio para exprimir seu pensamento, onde ele é um homem fortemente aprisionado por laços, e não se terá mais nada que não seja conforme a justiça de Deus.
  27. Em suas encarnações sucessivas, o Espírito, sendo pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao termo de suas existências corpóreas; pertence então à ordem dos Espíritos puros ou dos anjos, e goza simultaneamente da vida completa de Deus e de uma felicidade imperturbável pela eternidade.
  28. Estando os homens em expiação na terra, Deus, como bom pai, não os entregou a si mesmos sem guias. Eles têm primeiro seus Espíritos protetores ou anjos guardiões, que velam por eles e se esforçam para conduzi-los ao bom caminho; têm ainda os Espíritos em missão na terra, Espíritos superiores encarnados de quando em quando entre eles para lhes iluminar o caminho através de seus trabalhos e fazer a humanidade avançar. Se bem que Deus tenha gravado sua lei na consciência, ele achou que devia formulá-la de maneira explícita, mandou primeiro Moisés, mas as leis de Moisés estavam ajustadas aos homens de seu tempo; ele só lhes falou da vida terrestre, de penas e de recompensas temporais. O Cristo veio depois completar a lei de Moisés através de um ensinamento mais elevado: a pluralidade das existências (1) a vida espiritual, mas as penas e as recompensas morais. Moisés os conduziu pelo medo, o Cristo pelo amor e pela caridade.
  29. O Espiritismo, mais bem entendido hoje, acrescenta, para os incrédulos, a evidência à teoria; prova o futuro com fatos patentes; diz em termos claros e sem equívoco o que o Cristo disse em parábolas; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura; vem combater o materialismo, que é uma revolta contra o poder de Deus; vem enfim estabelecer entre os homens o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo. Moisés gravou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher.
  30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais brilhante, porque surgiu de todos o ponto do globo através daqueles que viveram. Tornando evidente o que era obscuro, põe fim às interpretações errôneas, e deve unir os homens em uma mesma crença, porque não há senão um Deus, e suas leis sãs as mesmas para todos; ele marca enfim a era dos tempos preditos pelo Cristo e pelos profetas.
  31. Os males que afligem os homens na terra têm como causa o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões. Pelo contato de seus vícios, os homens tornam-se reciprocamente infelizes e punem-se uns aos outros. Que a caridade e a humildade substituam o egoísmo e o orgulho, então eles não quererão mais se prejudicar; respeitarão os direitos de cada um e farão reinar entre eles a concórdia e a justiça.
  32. Mas como destruir o egoísmo e o orgulho, que parecem inatos no coração do homem? Egoísmo e o orgulho estão no coração do homem, porque os homens são espíritos que seguiram desde o princípio o caminho do mal, e que foram exilados na terra como punição desses mesmos vícios; é o seu pecado original, de que muitos não se despojaram. Através do Espiritismo, Deus vem fazer um último apelo para a prática da lei ensinada pelo Cristo: a lei de amor e da caridade.
  33. Tendo a terra chegada ao tempo marcado para tornar-se uma morada de felicidade e de paz, Deus não quer que os maus espíritos encarnados continuem a trazer para ela a perturbação, em prejuízo dos bons; é por isso que eles deverão deixá-la: Irão expiar seu impedernimento em mundos menos evoluídos, onde trabalharão de novo para seu aperfeiçoamento em uma série de existências mais infelizes e mais penosas ainda que na terra.
    Eles formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida, cuja tarefa será levar o progresso aos seres atrasados que nele habitam, pelos conhecimentos que já adquiriram. Só sairão para um mundo melhor quando tiverem merecido, e assim por diante, até que tenham atingido a purificação completa. Se a terra era para eles um purgatório, esses mundos serão um inferno, mas um inferno de onde a esperança nunca será banida (2).
  34. Enquanto a geração proscrita vai desaparecer rapidamente, surge uma nova geração, cujas crenças serão fundadas no Espiritismo Cristão. Nós assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral cuja chegada o Espiritismo marca.
  1. O objetivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens. Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudá-lo para o progresso moral e intelectual.
  2. O verdadeiro Espírita não é o eu crê nas manifestações, mas aquele que faz bom proveito do ensinamento dado pelos Espíritos. Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo.
  3. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algumas hastes, e que têm como contraveneno: a caridade e a humildade.
  4. A crença no Espiritismo só é proveitosa para aquele de quem se pode dizer: hoje está melhor do que ontem.
  5. A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual; é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.
  6. As aflições na terra são os remédios da alma; elas salvam para o futuro, como uma operação cirúrgica dolorosa salva a vida de um doente e lhe devolve a saúde. É por isso que o Cristo disse: “Bem aventurados os aflitos, pois eles serão consolados”.
  7. Nas suas aflições, olhe abaixo de você e não acima; pense naqueles que sofrem ainda mais que você.
  8. O desespero é natural para aquele que crê que tudo acaba com a ida do corpo; é um contra-senso para aquele que tem fé no futuro.
  9. O homem é muitas vezes o artesão de sua própria infelicidade neste mundo; se ele voltar à fonte de seus infortúnios, verá que a maior parte deles são o resultado de sua imprevidência, de seu orgulho e avidez, conseqüentemente, de sua infração às leis de Deus.
  10. A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é por-se em comunicação com ele.
  11. Aquele que ora com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal, e Deus envia-lhe bons Espíritos para assisti-lo. É um auxílio que nunca é recusado, quando pedido com sinceridade.
  12. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Certas pessoas crêem que todo o mérito está na extensão da prece, enquanto fecham os olhos para seus próprios defeitos. A prece é para eles uma ocupação, um emprego de tempo, mas não uma análise de si mesmos.
  13. Aquele que pede a Deus o perdão de seus erros não o obtém senão mudando de conduta. As boas ações são a melhor das preces, pois os atos valem mais do que as palavras.
  14. A prece é recomendada por todos os bons Espíritos; é, além disso, pedida por todos os Espíritos imperfeitos como um meio de tornar mais leves seus sofrimentos.
  15. A prece não pode mudar os desígnios da Providência; mas, vendo que há interesse por eles, os Espíritos sofredores se sentem menos desamparados; tornando-se menos infelizes; ela exalta sua coragem, estimula neles o desejo de elevar-se pelo arrependimento e reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não só aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.
  16. Cada um ore segundo suas convicções e o modo que acredita mais conveniente, pois a forma não é nada, o pensamento é tudo; a sinceridade e a pureza de intenção é o essencial; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao barulho de um moinho e onde o coração não está.
  17. Deus fez homens fortes e poderosos para que fossem os sustentáculos dos fracos; o forte que oprime o fraco é advertido por Deus; em geral ele recebe o castigo nesta vida, sem prejuízo do futuro.
  18. A fortuna é um depósito cujo possuidor é tão somente o usufrutuário, já que não a leva com ele para o túmulo; ele prestará rigorosas contas do emprego que fez dela.
  19. A fortuna é uma prova mais arriscada que a miséria, porque é uma tentação para o abuso e os excessos, e porque é mais difícil ser moderado que ser resignado.
  20. O ambicioso que triunfa e o rico que se sustenta de prazeres materiais são mais de se lamentar que de se invejar, pois é preciso ter em conta o retorno. O Espiritismo, pelos terríveis exemplos dos que viveram e que vêm revelar sua sorte, mostra a verdade desta afirmação do Cristo: “Aquele que se orgulha será humilhado e aquele que se humilha será elevado”.
  21. A caridade é a lei suprema do Cristo: “Amem-se uns aos outros como irmãos; - ame seu próximo como a si mesmo; perdoe seus inimigos; - não faça a outro o que não gostaria que lhe fizessem”; tudo isso se resume na palavra caridade.
  22. A caridade não está só na esmola, pois há a caridade em pensamentos, em palavras e ações. Aquele caridoso em pensamentos é indulgente para com as faltas do o próximo; caridoso em palavras, não diz nada que possa prejudicar seu próximo; caridoso em ações assiste seu próximo na medida de suas forças.
  23. O pobre que divide seu pedaço de pão com um mais pobre que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus que o que dá o que lhe é supérfluo, sem se privar de nada.
  24. Aquele que nutre contra seu próximo sentimento de animosidade, ódio, ciúme e rancor, falta à caridade; ele mente, se diz cristão, e ofende a Deus.
  25. Homens de todas as castas, de todas as seitas e de todas as cores, vocês são irmãos, pois Deus os chama a todos para ele; estenda-se, pois as mãos, qualquer que seja a sua maneira de adorá-lo, e não atirem o anátema, pois o anátema é a violação da lei de caridade proclamada pelo Cristo.
  26. Com o egoísmo, os homens estão em luta perpétua; com a caridade, estarão em paz. A caridade, constituindo a base de suas instituições, pode assim, por si só, garantir a felicidade deles neste mundo; segundo as palavras do Cristo, só ela pode também garantir sua felicidade futura, pois encerra implicitamente todas as virtudes que podem levá-los à perfeição. Com a verdadeira caridade, tal como a ensinou e praticou o Cristo, não mais egoísmo, o orgulho, o ódio, a inveja, a maledicência; não mais o apego desordenado aos bens deste mundo. É por isso que o Espiritismo cristão tem como máxima:

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Notas:

1 – Evangelho São Matheus, cap. XVII, v. 10 e Seg. – São João, cap. III, v. 2 e Seg.
2 – Um exemplo característico desse expurgo encontramos na vinda a terra, muitos séculos atrás, dos habitantes de um planeta do sistema de Capela, conforme descreve Emmanuel na obra “A Caminho da Luz”, psicografada por Francisco Cândido Xavier e relatada também pelo Com. Edgar Armond, no livro “Os exilados da Capela, da editora Aliança”.

“Leitura dos livros da codificação, de autoria do ESPÍRITO DA VERDADE, codificados por Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail ou Rivail Hippolyte Léon Denizard) (1), de diversas editoras”, A Reencarnação “de Gabriel Dellane, ed. FEB”, A Reencarnação na Bíblia “de Hermínio C. Miranda, ed. Pensamento; 52 Lições de Catecismo Espírita”, de Eliseu Rigonatti, ed. Pensamento; “Estudando o Evangelho”, de Martins Peralva, ed. FEESP, “A Revista Espírita”, de 1858 a 1869, de Allan Kardec, ed. Edicel, “Revista Espírita Allan Kardec, nº 1 e segs. da Gráfica e Editora Espírita Paulo de Tarso – Goiânia e mais de 90 obras indicadas pelo” Vade Mecum Espírita “, do pesquisador Luiz P. Guimarães, ed. Nosso Lar, além de fazer os cursos ministrados pela FEESP”.
Como muito investigadores honestos, sem idéias pré-concebidas, inclusive escritores e cientistas mundialmente reconhecidos, procure conhecer o que quer apoiar ou combater e então se decida pela verdade. Creio que se convencerá da verdade raciocinada. Como nos ensina o Espiritismo a verdadeira fé é aquela que é raciocinada e não a imposta por dogmas que a ciência comprova serem científica e racionalmente impossíveis.
Agradeço imensamente a Deus se por um segundo sequer puder ter sido útil a algum irmão que procura honestamente a verdade. Que Deus nos abençoe a todos.

Nota 1: Nome civil real de Allan Kardec.

WALDYR CAMPOS
AGOSTO / 2003

2 comentários:

Unknown disse...

Guilherme, esse post me auxiliou muito, pois sou cristão, mas não sigo uma religião específica. Me esclareceu muitas coisas. Muito obrigado. Gostaria de saber qual a relação da música com o Universo e com o Divino. Não falo de músicas de adoração à Deus (Gospel, por exemplo) especificamente, mas sim da música como arte, como expressão, sua pureza, sua fonte, o que ela manifesta no Universo?

Unknown disse...

Pôxa, eu li tudo, e não foi pouco, esperando que vc falasse da reencarnação na Bíblia, como vc disse no início do texto, mas não citou nada da Bìblia.... Por que???