sábado, 24 de maio de 2008

Porque Dormimos, O Tempo e A Respiração

Qualquer estudante de segundo grau sabe por que os seres humanos precisam de comida e água. A lógica por trás do sexo fica evidente com uma rápida aula sobre reprodução. Mas nem o cientista mais dotado do planeta sabe explicar por que as pessoas dormem.

"Talvez essa seja a maior pergunta aberta na biologia", disse Allan Rechtschaffen, especialista do sono e professor emérito da Universidade de Chicago.

A ignorância dos cientistas sobre uma das atividades mais básicas da vida não é conseqüência de falta de esforço. Durante séculos, poetas e filósofos especularam sobre os benefícios de passarmos parte de cada ciclo de 24 horas dormindo. Cinqüenta anos de intensa pesquisa do sono, com a ajuda de novas tecnologias, transformaram a especulação em teoria, descartando algumas possibilidades e produzindo várias pistas intrigantes.

Mas os pesquisadores que, numa conferência no início dos anos 70, gabaram-se de que o segredo do sono estaria desvendado até a virada do milênio, tiveram de rever suas estimativas.

"Fomos otimistas demais", disse Michel Jouvet, professor emérito da Universidade Claude Bernard, em Lyon, França, e membro da Academia Francesa de Ciências, que participou daquela reunião. "O cérebro é mais complexo do que pensávamos”.




Sono pode servir para reparar danos celulares

Ainda assim, hoje os cientistas sabem muito mais do que na época. A descoberta do sono com movimento rápido dos olhos (REM), em 1953, despertou os cientistas para a idéia de que o sono não era "um simples desligamento do cérebro", mas um processo fisiológico organizado e ativo, disse Jerome Siegel, professor de psiquiatria e ciências biocomportamentais da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

Cinco décadas depois, poucos pesquisadores negariam que o sono tem algum objetivo biológico crítico, embora desconhecido.

Todos os mamíferos, aves e répteis apresentam algum tipo de sono, notou Rechtschaffen em um trabalho de 1998, mesmo que o façam sobre um galho de árvore ou, como o golfinho, enquanto nadam, com metade do cérebro de cada vez. O sono também persistiu através das eras, apesar do fato de interferir com outras atividades que garantem a sobrevivência.

"Enquanto dormimos, não procriamos, não protegemos ou alimentamos a prole, não obtemos comida, ganhamos dinheiro, escrevemos trabalhos etc.", escreveu Rechtschaffen.

Igualmente reveladora é a descoberta de que quando os seres humanos e outros animais perdem o sono o recompensam pagando a "dívida" dormindo mais tempo ou de forma mais intensa.

A privação do sono por longos períodos parece ter sérias conseqüências, embora ainda se discuta quais sejam, porque é difícil separar as conseqüências da perda de sono das do estresse ou outros fatores. "Não se pode remover o sono e não alterar mais nada", disse Siegel.

Os pesquisadores pensavam que a falta de sono prolongada produzisse doença mental. Hoje eles sabem que isso não ocorre, embora os primeiros estudos tenham mostrado que despertar as pessoas a intervalos de alguns minutos as deixa instáveis. Também não há prova de que seres humanos tenham morrido por falta de sono. Mas ratos privados de sono morrem em duas ou três semanas, ou em cinco a seis semanas se forem privados apenas do REM, uma fase do sono em que a atividade cerebral é semelhante à vigília. Não está claro se os ratos morrem por perda maciça de calor, infecção ou outra causa.

O que há no sono que o torna tão essencial para a vida? Especialistas dizem que, apesar da crença generalizada, não é simplesmente o fato de que os seres humanos e outros animais precisam descansar. "Você pode descansar quanto quiser, e mesmo assim precisará dormir", disse Rechtschaffen.

Outra teoria afirma que o sono pode servir para proteger os animais, tirando-os de circulação durante as horas perigosas em que os predadores caçam. Mas essa teoria, segundo Rechtschaffen e outros, não explicam por que o sono perdido em uma noite é recompensado na noite seguinte, ou por que o impacto da privação prolongada de sono é tão grave.

Segundo Allan Hobson, pesquisador do sono em Harvard, "está claro que o sono não serve apenas para tirá-lo da rua e economizar algumas calorias". Hobson e Robert Stickgold, também de Harvard, e outros especialistas afirmaram que o sono REM ajuda a consolidar a memória e promover o aprendizado, e diversos estudos examinaram essa premissa, incluindo dois relatórios publicados no mês passado na revista "Nature".

Mas outros pesquisadores, incluindo Siegel, desafiaram essa teoria. Pessoas que tomam antidepressivos chamados inibidores de oxidase monoamina, que suprimem o sono REM, não apresentam déficits de memória, salientou Siegel em uma resenha em 2001.

De modo semelhante, pacientes com lesão cerebral que perdem o REM parecem não sofrer problemas de memória, disse Siegel. E os animais que passam a maior parte do tempo em REM - o ornitorrinco, por exemplo, que passa oito horas por dia em sono REM, comparado com as duas horas habituais dos seres humanos - também não são conhecidos por sua capacidade de aprendizado ou poder de memória.

Hobson respondeu: "Isso não quer dizer que a memória depende do sono REM. Quer dizer que alguns aspectos da função mnemônica são reforçados durante o REM".

Siegel também pesquisou os mistérios do sono REM. Assim como na vigília, a maioria dos neurônios do cérebro funciona ativamente durante o REM. As exceções são as células nervosas envolvidas com os transmissores químicos serotonina, norepinefrina e histamina, que permanecem inativos. É possível, como sugeriram Siegel e outros, que esses neurônios fiquem esgotados, e que o REM lhes permita descansar e recuperar a sensibilidade.

Estudos descobriram que animais menores dormem mais tempo que os maiores: um cavalo dorme três horas por dia, um furão cerca de 15. O fato de a taxa metabólica de um animal ser mais lenta conforme o tamanho levou a outra hipótese sobre o objetivo do sono: ele pode atuar reparando os danos celulares causados pelos radicais livres, substâncias químicas liberadas durante o processo metabólico.

A teoria mais promissora até agora, segundo alguns especialistas, propõe que o sono REM tem uma função no desenvolvimento cerebral. Os recém-nascidos passam mais tempo em REM que os adultos. Os animais que passam períodos mais longos em REM também são mais imaturos ao nascer.

Enquanto isso, a pesquisa prossegue. A resposta, dizem os especialistas, poderá ser algo óbvio ou algo que ainda não se imaginou. "Existe algo poderoso nisso, e ainda não descobrimos o que é", disse Rechtschaffen.


Erica Goode
The New York Times


O Tempo e A Respiração

Estamos ligados ao universo em tudo o que fazemos.
O macrocosmo e microcosmo são iguais, o que esta em cima esta embaixo.
A nossa respiração, que nos dá movimento e vida,
Esta ligada ao tempo e ao espaço.

Vicente Chagas



TEMPO - ESPAÇO
Uma era astrológica tem 2160 anos terrestres
25920 anos equivale a 12 meses astrais ( 365 dias)
2160 anos equivale a 1 mes astral ( 30 dias)
72 anos equivale a 1 hora astral
18,25 dias equivale a 1 minuto astral

RESPIRAÇÃO DO HOMEM
Um homem, microcosmo, respira 18 vezes por minuto.
18 x 60 min. x 24 horas = 25.920 por dia
Vê-se que o homem respira 1 era astrológica por dia
Como vive em média 72 anos, respira 72 eras astrológicas ou 1.866.240 vezes.


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