Dizem os Mestres que isto tudo foi muito apropriado, durante todos esses séculos em que habitamos este planeta, porque tínhamos concordado em nos desgarrar do Todo, vivenciar a ilusão da separação e conhecer a dualidade, para finalmente podermos perceber a nossa própria divindade, o Amor que nós somos.
Isto parece estranho, a principio... pois, se estávamos tão bem sendo partes de Deus, sendo partes do Amor, vivendo na mais perfeita Paz e Harmonia, por que haveríamos de querer sair desse estado Divino para vivenciar o sofrimento, o medo, a doença, a violência, as privações? Para o nosso modo tridimensional de enxergar as coisas, isto parece não fazer o menor sentido!
Nos meus períodos de meditação, andei me fazendo esta pergunta, pedindo aos Mestres e à minha própria Presença Divina que me esclarecessem esta questão. E aos poucos, nos últimos dias, fui recebendo algumas respostas, que eu gostaria de compartilhar com vocês.
Vou lhes contar uma estória que me veio por intuição, e gostaria que cada um procurasse se sentir como o personagem – ou os personagens – dessa estória. Ela não se baseia em fatos da realidade que nós conhecemos, mas isto é proposital, porque seu objetivo é quebrar a rigidez da nossa mente objetiva, da nossa forma linear de enxergar as coisas e nos abrir para um ponto de vista mais abrangente, multidimensional.
Para perceber melhor o significado desta estória, peço a cada um que se sente confortavelmente e feche os olhos por alguns instantes, tendo a certeza de que está num lugar totalmente seguro. Não há nada a temer aqui…
Volte sua atenção para sua respiração, sem interferir com ela, deixando que ela flua no seu ritmo natural, simplesmente percebendo o ar entrando e saindo pelas suas narinas, limpando e liberando todas as tensões do seu corpo…
Sinta o contato com a Mãe Terra, através dos seus pés ou do seu chacra raiz, na parte inferior da sua coluna vertebral, caso esteja sentado no chão. Perceba como a Terra o acolhe como uma mãe acolhe um filho, dando-lhe uma sensação de total segurança…
Sinta também o contato com a Fonte Divina, com Deus, com os Mestres de Luz, através do seu chacra coronário, no topo da sua cabeça… Perceba como eles o preenchem de Amor e Sabedoria e receba estes presentes com carinho e Gratidão.
E sinta essas duas energias – a que vem do Céu e a que vem da Terra – unindo-se no seu coração, juntando-se à energia da sua Presença Eu Sou, formando assim um só foco de Luz, centrado no seu coração. E perceba como esta Luz se expande por toda a sua aura, envolvendo-o completamente e mantendo-o aberto e receptivo às orientações que você está buscando.
Agora, imagine uma planície imensa e um grande lago no meio dela. Olhe bem para esse lago. Veja como ele é totalmente sereno, impassível, imóvel. Não há nada ao redor dele que possa perturbar sua tranqüilidade. Nesse lugar não existem árvores, não existe chuva, não existe vento, não existem animais que venham beber sua água, não existem aves que venham se banhar nele. E também não existem peixes, não existem sapos, não existe nada dentro do lago que possa criar o mais leve movimento em seu interior.
Imagine que VOCÊ é esse lago. Sinta como é ser perfeitamente estático e viver em total harmonia, apenas refletindo a luz do sol, o azul do céu, a luz da lua e as estrelas… Você é esse ser maravilhoso, onde reina a mais perfeita paz! Não existe absolutamente nada que possa perturbá-lo.
Perceba como é ser completo em si mesmo. Você não precisa de ninguém nem de nada que o alimente, que o sustente… não precisa comer, não precisa beber, não precisa dormir, não precisa trabalhar… não precisa fazer nada… E também não depende de ninguém nem de nada para ser feliz… Na verdade, você não é feliz nem infeliz, porque não tem esses sentimentos duais – você simplesmente é. E assim permanece nesse ETERNO instante em que vive…
Poderíamos, inclusive, dizer que este é o Lago do Amor, ou o próprio Amor, porque o verdadeiro Amor é assim – completo em si mesmo, tranqüilo, sereno, abundante.
Mas o Amor também é essencialmente CRIATIVO! Então, chega um momento em que você começa a sentir algo estranho… um certo desassossego… parece que, de repente, você começa a ficar meio cansado de estar sempre nesse mesmo estado e a sentir falta de alguma coisa, que você nem sabe exatamente o que é! Na verdade, você está sentindo uma grande necessidade de se EXPANDIR para além daquilo que já é! E esse desejo vai se tornando tão intenso, tão intenso, que acaba se materializando na forma de uma pequena bola no céu…
Veja essa bola no céu, bem acima do lago que você é. Quanto mais forte o seu desejo se torna, maior essa bola vai ficando. Ela cresce, cresce, cresce… até que se transforma numa espécie de meteoro imenso, que despenca do céu, mergulhando diretamente dentro das suas águas! TCHIBUM!
Nesse instante, aquela massa de água totalmente estática e una que você era, se divide em milhares e milhares de gotas, que voam para o céu e voltam a cair, espalhando-se por todo lado. Algumas voltam para o próprio lago, mas uma grande parte das gotas cai na terra, na planície ao seu redor.
E essas que caem na terra levam o maior susto, porque, nesse momento, pela primeira vez em suas vidas, elas tomam conhecimento de si mesmas – elas se conscientizam de sua individualidade e sentem um grande vazio, uma grande solidão!
Imagine que VOCÊ é uma dessas gotas… você sabe que é uma gota, um ser individual, mas não se lembra que faz parte daquele lago, porque dentro dele você não tinha consciência dessa individualidade – VOCÊ ERA O TODO. Ao mesmo tempo, bem no fundo do seu coração, você sente falta desse todo amoroso, acolhedor, aconchegante, calmo, sereno e perfeitamente seguro em que você vivia… embora não saiba definir que lugar era esse, que estado era esse, você sente saudades. E a partir desse momento, você inconscientemente COMEÇA A SUA BUSCA por alguma coisa que o leve de volta a esse estado de conforto, segurança, e paz.
E assim começa a sua jornada nesta terra desconhecida… uma jornada solitária, porque mesmo encontrando outras gotas e interagindo com elas, sempre existe uma certa desconfiança entre vocês, um certo receio, pois vocês não têm idéia que são partes do mesmo lago, vieram da mesma fonte – vocês não se lembram que todas são gotas de Amor.
Agora, que você já se sentiu lago e já se sentiu gota, agora que você sabe que é uma gota, mas também é o lago, proponho que permaneça em silêncio por mais alguns instantes e tente sentir os motivos que o levaram a sair daquele estado de unidade, quietude e paz, e a se dividir em gotas de si mesmo. Não leve esta questão para a sua mente, mas para o seu coração… sinta… apenas sinta… sem nenhuma expectativa em relação à resposta. Permaneça em silêncio pelos próximos 5 minutos e deixe fluir…
***
… Inspire profundamente e exale completamente… volte a tomar contato com a sua respiração… a sentir seus pés e o contato com a Terra… a sentir suas mãos e todo o seu corpo. Mexa um pouco seu pescoço, seus braços, suas pernas. Devagar, no seu próprio ritmo, abra os olhos e perceba-se novamente nesta sala…
Falando ainda numa linguagem metafórica, a impressão que eu tenho é que chegou um momento em que Deus começou a se sentir como aquele lago – limitado em si mesmo. Tudo Nele e na sua Criação era tão perfeito, que não havia mais o que fazer … Parecia que sua Criação tinha atingido um ponto final, sem possibilidade de crescimento ou expansão. Mas sendo essencialmente criativo, Deus sentia necessidade da continuar criando, de expandir sua Criação, de expandir a Si Próprio. Então Ele pensou que devia criar algo que gerasse um movimento naquelas águas paradas. Mas para gerar movimento, era preciso criar um certo desequilíbrio, algo que fosse diferente do Amor, da Bondade e da Paz que permeavam toda a sua Criação, mantendo-a naquele equilíbrio perfeito.
Jeshua, nosso Mestre Jesus, em uma de suas canalizações através da Pamela Kribbe, diz que Deus usou uma espécie de truque para poder superar a Si Mesmo. Criou a Ignorância ou Esquecimento, para poder gerar esse movimento.
Na nossa metáfora, o meteoro estaria simbolizando a Ignorância, pois, ao despencar sobre o lago, espalhando gotas de Amor por toda a Terra, fez com que elas se esquecessem da Fonte de Amor de onde provinham e se sentissem separadas umas das outras e do próprio Lago. Elas não sabiam mais quem eram e de onde tinham vindo. A ignorância da sua própria identidade criou a ilusão da separação. Essa ilusão gerou o medo. O medo gerou a necessidade de controlar que, por sua vez, gerou a luta pelo poder. E todos estes ingredientes criaram as situações de conflito, violência e carência que essas gotas de Amor – que somos nós – passaram a vivenciar na Terra, em oposição a momentos de tranqüilidade, abundância e paz.
E durante séculos e séculos, nós fomos experienciando todos os extremos da dualidade – todos nós já fomos homens e mulheres, vítimas e tiranos, pobres e ricos, saudáveis e doentes, feios e bonitos – e estas experiências serviram para que um dia finalmente pudéssemos alcançar um estado em que estaremos acima do bem e do mal, da luz e das trevas e de toda a dualidade. No momento em que atingirmos esse estado, nós teremos incorporado uma terceira energia, a energia Crística, aquela que abrange e transcende as duas polaridades. E assim teremos expandido a Criação de Deus, criando um Novo Ser e uma Nova Terra.
Esta será a nossa "VOLTA AO LAR", porque não voltaremos àquele Lago de Amor, àquele estado do qual saímos para começar a nossa jornada na Terra, pois toda a Criação se modificou por causa dessa nossa jornada. A nossa "volta ao lar" não significa voltar ao Paraíso Celeste, mas trazer esse modelo de Paraíso para a Terra, enriquecendo-o com o aprendizado que conquistamos na nossa experiência com a dualidade.
Jeshua diz que "a consciência Crística não existia antes da 'experiência humana'. A consciência Crística é a consciência daquele que viveu a multifacetada experiência da dualidade, chegou ao fim dela, e emergiu 'do outro lado'. Este será o habitante da Nova Terra. Ele terá se desapegado da dualidade. Ele terá reconhecido e abraçado sua própria divindade. Ele terá se tornado UM com seu Ser divino. Mas seu Ser divino será diferente de antes; será mais profundo e mais rico do que a consciência da qual ele nasceu. Ou poderíamos dizer: Deus terá enriquecido a SI MESMO, ao viajar através da experiência da dualidade."
Este é o propósito da nossa experiência na dualidade!
Então vejam como é importante que cada um de nós se conscientize da sua origem, da sua divindade e aceite esse Ser Divino que é, tratando a si mesmo como tal. Este é o nosso papel neste momento. Mas, como fazer isto, se ainda vivemos num mundo caótico, que está sempre nos levando a reações que não combinam nada com um Ser de Luz?
1. Estando atentos às nossas reações – sem crítica, sem julgamento, sem repressão, mas buscando estar sempre centrados no nosso coração, no amor. Na verdade, o amor é a chave, pois é a base de tudo o que somos, de tudo o que existe. A qualquer momento em que se sentir irritado, nervoso, com raiva, volte-se para o seu coração, lembre-se de quem você é e, principalmente, lembre-se que você cria a sua própria realidade e, portanto, pode mudar a situação em que está vivendo. Diga para si mesmo, em voz alta ou mentalmente: EU SOU UM SER DE LUZ! EU SOU PAZ! EU SOU AMOR! Repita isto quantas vezes for necessário, até que você realmente comece a se sentir assim, porque esta é a realidade de quem você é.
2. Procure também usar a sua criatividade. A criatividade faz parte do nosso lado divino e, quanto mais a expressarmos, mais estaremos manifestando a nossa divindade. Então, descubra o que você gosta de fazer, ou o que você faz melhor, e faça isso. Todos nós temos um talento – uma "paixão criativa", como diz Kryon. E não é muito difícil descobrir o que ela é, porque é algo que nos faz felizes, algo que fazemos com alegria. Você não precisa ser um artista famoso, mas simplesmente fazer aquilo que o seu coração deseja que você faça. Pode ser uma coisa simples – como cuidar de um jardim, contar estórias, criar novas receitas culinárias, cantar, dançar – mesmo que só para si mesmo. Quando fazemos o que gostamos estamos expressando a nossa divindade.
3. Outra coisa boa para se manter em contato com nosso ser divino é meditar. Reserve um certo período de tempo do seu dia para ficar a sós consigo mesmo, aquietando sua mente objetiva para dar a oportunidade ao seu Ser Verdadeiro de se expressar. A mente vai ficar tagarelando, porque ela não quer perder o controle da situação, mas não lhe dê ouvidos, não se fixe no que ela está falando. Cada vez que se perceber prestando atenção à sua tagarelice, volte para o seu centro. Vai chegar um momento em que ela vai se cansar de falar com as paredes e vai se calar. Então você poderá sentir a maravilha e a sabedoria do Ser que você é e poderá, inclusive, lhe pedir inspiração ou conselho para algum problema que estiver incomodando-o.
4. Cuide do seu corpo, pois ele é o templo, o lar do seu Ser Divino. Alimente-o adequadamente, beba bastante água e faça alguns exercícios físicos. Aliás, experimente também fazer algum exercício físico antes de meditar. O exercício físico oxigena todo o nosso corpo, tornando-o mais apto à meditação.
5. Sempre que puder, esteja em contato com a natureza, observe-a, perceba a perfeição em tudo o que existe nela e então se lembre que você faz parte dessa perfeição. Se possível, faça sua meditação em meio à natureza. Ou, se você for um daqueles que não tem paciência para sentar e ficar em silêncio, faça sua meditação caminhando por um lugar bonito, sentindo o aroma das plantas, ouvindo o som do vento soprando nas folhas das árvores, ouvindo o cantar dos pássaros e dos insetos, percebendo-se parte dessa perfeição e harmonia.
6. Finalmente, tente enxergar todas as pessoas – TODAS!!! – como Seres de Luz. Esta é a parte mais desafiadora, porque pode ser fácil quando se trata das pessoas que você ama, mas… e os bandidos, delinqüentes, assassinos e todos esses personagens que têm aparecido na nossa mídia, cada vez com mais freqüência, por cometerem os maiores abusos, as maiores atrocidades, crueldades que jamais imaginaríamos que fossem possíveis num ser humano?
Como podemos lidar com isto? Isto vai requerer uma grande dose de força de vontade da nossa parte!
Uma forma de encarar esta questão é lembrando que TODOS SOMOS UM, então o malvado e o bonzinho fazem parte do mesmo todo, são gotas do mesmo LAGO DE AMOR, gotas que se esqueceram da sua origem divina. Por vivermos na dualidade, todos nós temos aspectos que consideramos positivos e outros que consideramos negativos. A maioria de nós – principalmente os que estão no caminho do autoconhecimento e desenvolvimento espiritual – procura fortalecer seus aspectos positivos e reprimir ou controlar os "negativos".
Mas dificilmente conseguimos manter só os positivos, justamente porque ainda vivemos num mundo de polaridades e a todo momento somos confrontados com situações ou pessoas que acabam nos tirando do nosso centro. Quantas vezes, por exemplo, já não ficamos com tanta raiva de uma pessoa que tivemos vontade que ela morresse? É lógico que não a matamos, pois nossas crenças e padrões de educação nos impedem de fazer isto… mas, lá no fundão de nós mesmos, temos vontade que essa pessoa desapareça para sempre!
Outra situação comum é quando estamos numa situação financeira difícil, em que mal conseguimos nos suprir do básico para viver e então deparamos com algum bilionário, que vive viajando pelo mundo inteiro em seu próprio jatinho, comprando o que bem entende, esbanjando sua fortuna com tudo o que há de mais supérfluo e caro. O nosso lado bonzinho pode pensar: "Cada um constrói sua própria realidade. Se ele tem tudo isso, é porque merece. Se eu estou passando por esta dificuldade, é porque escolhi esta experiência para aprender alguma coisa que eu precisava." Mas um outro lado nosso pode estar pensando: "Gostaria de ver como esse cara ia se virar se perdesse tudo da noite pro dia!"
É lógico que não vamos dar nenhum golpe nessa pessoa, pois temos consciência que isto nos afastaria do nosso propósito divino. Então guardamos esse sentimento no fundo de nós mesmos, para que nem mesmo nós o vejamos ou reconheçamos.
Essas energias reprimidas – pensamentos de ódio, de ciúme, de inveja, de ganância, ou fantasias sexuais distorcidas, por exemplo – ficam gravadas, não só no nosso inconsciente, mas no inconsciente coletivo. Ficam lá a espera de encontrar uma forma de se manifestar. E quando encontram um ser humano totalmente desconectado da sua essência divina, um ser humano que esteja vibrando nessas freqüências inferiores, elas são atraídas para ele e acabam se manifestam por seu intermédio.
Então, percebam que também temos uma parcela de responsabilidade pelo que esses seres expressam. Por isto, quando tomamos conhecimento de certas atrocidades, o melhor que podemos fazer é envolver esse ser e toda a situação num campo de paz e amor incondicional. Pois, se entrarmos no julgamento, na crítica, na revolta, estaremos nos sintonizando com a energia que desejamos combater e, ao invés de destruí-la, estaremos lhe dando mais força e poder – estaremos criando mais energia desse tipo.
Todo ser humano que aparece na nossa vida – direta ou indiretamente – é um espelho que reflete o nosso próprio eu. Tudo o que nos irrita nos outros está espelhando algo em nós mesmos que não queremos ver. Portanto, se prestarmos atenção às reações que as pessoas à nossa volta nos provocam, podemos perceber algumas coisas que temos que corrigir em nós mesmos. E, ao corrigir nossos próprios aspectos sombrios, diminuímos a chance de que esse tipo de energia seja desenvolvido por outras pessoas, já que somos todos um!
A função dos outros na nossa vida, assim como a nossa função na vida dos outros é ser como um espelho – um refletir o outro para que o outro se reconheça através dele; refletir os aspectos sombrios que devem ser trabalhados, mas principalmente refletir o Ser de Luz que o outro é, para que ele se reconheça como tal.
O melhor que podemos fazer por uma pessoa é valorizar seus aspectos positivos, ajudando-a a descobrir seus talentos e se dedicar a eles, pois é desta forma que ela vai expressar sua divindade e ser útil à humanidade.
E ao nos depararmos com um ser humano desequilibrado, totalmente desconectado do seu aspecto divino – seja pessoalmente ou através da mídia – devemos fazer um esforço para reconhecer que, por trás desse ser aparentemente desprezível, existe um Ser de Luz, um ser totalmente puro e divino. Quanto mais conseguirmos manter isto em mente, mais chance haverá dessa pessoa se curar, se converter, ou no mínimo começar a se perceber de uma outra forma – começar a sentir que existe uma centelha de luz dentro dela, que está meio apagada, mas que não morre nunca e só precisa de um pouco de atenção para voltar a brilhar.
Considerando que somos todos um só ser, podemos também nos perguntar: "O que posso melhorar em mim, para que essa parte desequilibrada de mim não cometa mais esse tipo de ação?"
Como os Mestres sempre nos dizem, somos como atores num palco. Um dia estamos fazendo o papel de mocinho, outro dia estamos fazendo o papel de bandido. Mas, no final da peça, tiramos as nossas fantasias e voltamos a ser quem realmente somos. Só que até agora temos nos identificado com os personagens que estamos representando, esquecendo-nos que eles não são a nossa identidade verdadeira.
Estamos aqui para assumir o nosso Ser Crístico, aquele que já vivenciou todos os extremos da dualidade e agora reconhece que todos esses aspectos são manifestações da energia divina única. Por ter consciência de que já viveu todos os papéis, o Ser Crístico não julga. Ele pode sentir a dor do outro, ele pode sentir raiva, tristeza, mas não julga, porque reconhece que, tanto ele mesmo quanto aquele ser que está provocando esses sentimentos, não são o que estão representando, mas algo muito maior e essencial.
Ele sabe que é o ator e não o personagem! E que o outro também é um ator desempenhando um papel. E este ator é um Ser Divino, é uma gota de Puro Amor!
Este é o nosso grande desafio – aceitar que tudo isto é uma grande peça de teatro e cada um está desempenhando o papel que lhe cabe e deve ser respeitado como o bom ator que é.
No momento em que aceitarmos isto, saberemos que, além de atores, somos também os diretores e produtores da peça. E que não somos mais obrigados a interpretar dramas e tragédias – podemos escrever novos scripts, onde não existam mais bandidos e mocinhos, pobres e ricos, doentes e sadios, mas onde todos os personagens vivam em perfeita harmonia, cada um expressando seus próprios talentos, em seu próprio benefício e em benefício dos outros. Uma peça onde não haja um final feliz, mas uma felicidade ETERNA, e onde cada personagem reflita o Ser de Luz que o ator é.
Esta será a Nova Criação de Deus!
Vera Corrêa, Taubaté, 29 de agosto de 2008
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